terça-feira, 27 de abril de 2010

A Escola dos Sonhos

Para iniciar quero passar a voce este conto de Ana Mello.

A escola dos sonhos é uma escola diferente, tem pião, pula-sela e tem um jeito de ensinar que é só dela. Matemática e português também tem, mas nesta escola também tem dança, Ufa! Ainda bem, porque senão a gente cansa. Tem aula de ciências num bosque com mangueira, jaboticabeira...uma delícia!
Aprendendo deste jeito, aqui ninguem tem preguiça. Quando a gente fica muito tempo em sala, toca uma campanhia que é o sinal e um som lá do alto avisa: chega pessoal, é hora de ir para o quintal! O quintal é um lugar todo colorido, alegre, cheio de arvores, balanços e tem até escorregador. Parece até a casa da gente, ajeitada com muito amor.
Mas escola é coisa séria, nela aprendemos muitos valores: respeitar, cuidar, escutar. Se um dia não deu certo, no outro vai dar. Aqui não tem tempo fechado, não tem ninguém mal humorado. Se um aluno não sabe direito, vem outro aluno e dá um jeito, todos se ajudam com respeito. É claro que tem palhaçada, bagunça, confusão. Mas no fim tudo se resolve sem chateação.
Chamamos de escola dos sonhos. Cada qual a vê de um jeito, um jeito que a gente deseja como o sonho perfeito!

Acordando desse sonho, bem devagarinho, vamos encontrar uma realidade que esta longe de ser igual a do sonho, mas com muito esforço, trabalho e luta, poderá chegar a esses níveis desejados.

Na minha prática clínica, muitas crianças são encaminhadas com queixa de problemas na escola, que vão desde o baixo rendimento escolar, problemas de comportamento tanto dentro da classe como fora de classe. Os professores preocupados com esses tipos de alunos encaminham então para o Psicólogo, a ele cabendo tratar do aluno e tendo que orientar professores e principalmente os pais.

Todo pai quer que seu filho vá bem na escola.

O desempenho do estudante depende em parte da educação que ele recebe em casa. Para o aluno aprender, é preciso querer, ter interesse. Professor não faz mágica, muito menos milagre, mesmo sendo um santo ao suportar os espinhos da profissão. O aluno precisa frequentar as aulas. E para que isso aconteça, os pais precisam cobrar dos filhos a presença na escola, pois, muitos saem de casa com o uniforme da escola e desviam-se para ir jogar bola, namorar, jogar na internet e até mesmo cometer alguns delitos.

Para aprender tem que ter disposição, disciplina e interesse. Coisa que não se vê na maioria dos alunos nas escolas que eu tenho contato. Então por que o "Judas" da história é sempre o professor? As escolas públicas de hoje são verdadeiros depósitos de gente. Jovens e crianças são jogados lá dentro pelos responsáveis que esperam que a educação moral, que deve vir de casa, seja resolvida pelo professor, mas quando o professor é duro com o aluno, logo vem mãe, pai e conpanhia com "paus e pedras" a caça do professor que "agrediu" o filhinho amado. Na hora de educar, viram as costas, mas quando as consequencias aparecem como a reprovação, o aluno é o mártir e, o professor o carrasco! A direção pressiona de uma lado, os pais do outro e, o coitado se vê coagido a aprovar, muitas vezes, quem mal sabe escrever o próprio nome.

Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio, a cantina da escola, a casa.

A educação começa em casa e a escola não é o único lugar onde a educação acontece. Esses lugares podem ser: a família, a igreja, os sindicatos, as empresas, os meios de comunicação em massa etc.

O professor é o principal agente transformador na escola. No entanto essa transformação não é facil. Isso porque não é possível fazer uma mudança profunda na escola enquanto não se fizer uma mudança social. A familia por exemplo é o primeiro elemento social que influi na educação. Sem a família a criança não tem condições de sobreviver. Tal necessidade não é apenas de sobrevivência física mas também psicológica, intelectual, moral e espiritual. A família no entanto, encontra uma série de problemas, na sua missão de educar. A falta de preparo de muitos pais para exercer integralmente essa função é o principal problema. Dessa falta de preparo surge uma série de outros problemas: falta de amor, carinho, de trato adequado, frustração, separações, abandono do lar, etc. Por isso há necessidade da educação dos próprios pais para a paternidade e maternidade. A escola só conseguirá preencher essa função quando houver entrosamento dos pais com a escola e com a comunidade.

Agora entra em cena o Psicodrama, que vai trabalhar com os "papéis". O papel de aluno vesus o do professor.
Num grupo de crianças, com problemas na escola, em uma sessão psicodramática, as crianças dramatizaram uma sala de aula, o professor e alunos. Uma criança escolheu o "personagem professor" e os demais eram "alunos". Diante da classe ele começou a sua aula, mas os "alunos" conversavam, jogavam bolinha de papel um no outro. O "professor" fez várias ameaças para ficarem quietos e de nada adiantou, foi então que a criança disse:- Ah! desisto!... saindo de cena e terminando a dramatização. A criança "professor" disse ter sido muito difícil ser "professor", porque tinha muita bagunça, ninguém prestava atenção no que ele falava. Os "alunos" concluiram que eles foram para a escola naquele dia e não aprenderam nada, porque só queriam brincar, além do que também não respeitaram o professor.

Poder colocar-se nos papéis dramáticos, tomaram consciência dos sentimentos e dificuldades, possibilitando despertar nas crianças o sentido do seu papel na escola, havendo uma mudança significativa de atitudes dentro da escola, com mais respeito ao professor e aos colegas.

Pequenos passos como este podem começar a se tornar realidade uma escola dos sonhos.

domingo, 18 de abril de 2010

O Sábio


Conta a lenda, que um velho sábio, tido como o mestre da paciência, era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde um homem conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu com a intenção de desafiar o mestre. E o homem não poupou insultos...
Chegou até a jogar algumas pedras em direção ao sábio, cuspiu e gritou todos os tipos de ofensas. Durante horas ele fez de tudo para provocá-lo, mas o sábio permaneceu impassível. No final da tarde, já exausto e sentindo-se humilhado, o homem deu-se por vencido e foi embora.
Impressionados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
Aí, o mestre perguntou:
- Se alguem chega até voce com um presente e voce não aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava! A sua paz interior e o seu equlibrio emocional dependem exclusivamente de voce. Ninguem pode lhes tirar.Só se voce permitir.

Que esta singela mensagem possa despertar em nós todo o cuidado que devemos ter para nos mantermos equilibrados emocionalmente para podermos enfrenter melhor as adversidades da vida e desfrutarmos os melhores momentos, convivendo harmoniosamente com os que nos rodeiam.

Quando a criança precisa ser internada

Se voce já viu algum parente, ou já passou por essa situação, sabe muito bem o quanto é difícil. Pensando nesta questão é que trago essa informação.

A situação de internação difere nas fases da infância, adolescência, vida adulta e velhice.

Hospitalizar uma criança é interromper sua interação com a família, essencialmente a relação mãe e filho. Sentindo-se abandonada pela mãe, manifesta grande ansiedade e apresenta quadro clínico de isolamento afetivo. Além do que a criança não discerne com facilidade fantasia de realidade e quanto mais nova menos condição. Também não há conceito de temporalidade em seus contatos com o mundo. O campo está aberto a toda forma de fantasma-eternos na experiência da criança hospitalizada. A dor física quando acompanha a hospitalização, seja pela própria doença ou pelo tipo de tratamento aplicado é algo marcante, sendo registrado como agressão, crueldade, há grande dificuldade em colaborar participando do tratamento.

Muitas vezes essa quebra provocada pela hospitalização é tão marcante que a criança magicamente nega sua realidade anterior e se rende, se entrega a nova circunstancia da vida, na maioria das vezes apaticamente numa forma de hospitalismo, que é uma maneira autista de ficar nessa circunstancia.

A presença da mãe que se interna acompanhando o filho nem sempre é possivel. Exige estrutura do hospital para comportar essa mãe em condições de pernoite e alimentação, além da necessidade dessa mãe ser orientada e acompanhada psicológicamente para só ajudar, não ficando solta, terminando por interferir negativamente no processo de internação. Por simbiose, ela pode tomar as dores do filho e passa a fazer reivindicações além do possivel considerando-se as condições limitadas em que funcionam os hospitais. Assim, a presença junto ao filho é comumente a de uma visita, ou quando é aberta uma exceção para que fique.

Então como agir diante desta situação? Em primeiro lugar, procure não deixar transparecer sua preocupação. Choro e desespero só pioram as coisas. Para os pais, esta pode ser uma situação dramática. Mas para os médicos e enfermeiras ja virou rotina. Claro que não se trata de uma situação agradavel.

Acima de tudo seja honesta com seu filho. Não minta para ele. Dependendo da idade, voce deverá explicar os propósitos dos exames e os procedimentos necessarios. Mas não converse sobre um possivel agravamento da doença na frente dele, pois poderá deixá-lo mais angustiado e inseguro.

Não esqueça de levar a chupeta e o bichinho de pelucia para o hospital. Neste período eles serão mais indispensáveis ainda. Procure viver estes dias com o máximo de calma, sabendo que seu filho está recebendo o melhor tratamento possivel. Tenha em mente que logo voces estarão em casa e tudo voltará ao normal.